quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Série: Falsos profetas - parte II


Valnice Milhomens - a "profetisa" da volta de Cristo.
Por Renato Vargens

“Jesus voltará no ano de 2007 num dia de sábado...”

Foi exatamente isso que a “apostola” Valnice Milhomens afirmou alguns anos atrás.

Paulo Romeiro em seu livro Supercrentes, relata que a profecia em questão teria sido divulgada num programa televisivo antes de seis de janeiro de 1992, data em que o autor, por escrito, convidou referida pastora para uma conversa em torno do assunto.

Para chegar à conclusão da profecia, (1) Valnice primeiro argumenta que o sábado (shabbath) é o verdadeiro Dia do Senhor e que portanto Jesus voltaria em uma noite de sábado. A seguir, ela diz que Satanás teve dois mil anos, Israel também teve dois mil, e portanto a Igreja Cristã não teria mais que dois mil, assim a volta de Cristo seria após o ano 2000. Para chegar a uma data mais específica, Valnice usa a parábola da figueira de Mateus 24:32-35. Como a figueira representaria Israel (que virou Estado em 1948), ela usa a data de 07 de junho de 1967, terceiro dia da “Guerra dos Seis Dias”, quando diversas nações árabes se uniram para destruir Israel. Nesta guerra, Israel se antecipou aos planos dos inimigos e atacou antes da ofensiva árabe. O terceiro dia da guerra, especificamente 07 de junho de 1967, foi o dia em que Israel já tinha o controle de toda a península do Sinai e começou a conquista de outros territórios (Cisjordânia, o setor oriental de Jerusalém e as Colinas de Golan). Assim, para ela, este seria o início do renovar dos ramos e do brotar das folhas da figueira (Mt. 24:32). Como é dito que “não passará esta geração sem que tudo aconteça” (Mt. 24:34), ela faz o seguinte cálculo: 1967 + 40 anos (tempo de uma geração) = 2007. Desta forma, num sábado de 2007 deveria acontecer o retorno do Messias à Terra.

Caro leitor, infelizmente Valnice e sua igreja igualam-se as seitas como a Igreja Adventista do Sétimo Dia) e as “Testemunhas de Jeová” que marcaram por várias vezes datas para o fim do mundo e a volta de Jesus, mas sem nada acontecer.

Se não bastasse isso, a “apostola” Valnice , anuncia um tipo de evangelho extremamente judaizante onde datas e símbolos israelitas se fazem presentes em sua liturgia e fé. Em entrevista à revista Vinde declarou: "Meu contato com Israel me mostrou várias coisas, como os dias proféticos, as alianças: seis' dias trabalharás e ao sétimo descansarás. Êxodo 31 declara que o sábado é o sinal de uma aliança perpétua e da volta de Cristo."

Para piorar a coisa, Valnice também é adepta de atos proféticos, os quais segundo o movimento neopentecostal, se fundamenta na crença de que tudo aquilo que o cristão faz ou diz, tem repercussão no mundo espiritual.

Com base nessa aberração a "apóstola" já realizou vários "atos proféticos" pela conversão do Brasil:

- Já raspou a cabeça
- Já andou descalça
- Já se vestiu de "saco"
- Já enterrou exemplares da Bíblia em vários Estados do Brasil (Segundo ela, só os Estados que "DEUS revelou". Minas ficou de fora)
- Já enterrou estacas em locais específicos (também revelados por DEUS, claro), "marcando território" e "tomando posse da terra que DEUS deu aos crentes por promessa e herança.

Caro leitor, os ensinos de Valnice são espúrios, anti-biblicos e devem ser rejeitados por todo aquele que ama a Deus e sua Palavra.

Pense nisso!

SOLIDÃO, O VAZIO DE RELACIONAMENTOS


Por Rev. Hernandes Dias Lopes

A solidão é o apanágio da geração contemporânea. Somos experimentados no relacionamento com as máquinas e inexperientes no trato com as pessoas. Vivemos cercados de gente e ao mesmo tempo, como uma ilha existencial, somos profundamente solitários. A solidão não é simplesmente uma questão de viver no ostracismo, à margem dos relacionamentos interpessoais, mas uma atitude interna, uma inadequação para esses relacionamentos. Há indivíduos solidários que vivem no meio da multidão, mas que não conseguem construir pontes de contato com as pessoas. Quando um dos grandes vultos da música popular brasileira, Roberto Carlos, foi interrogado acerca da pior coisa que lhe poderia acontecer, ele respondeu sem hesitar: a solidão. A solidão atinge grandes e pequenos, ricos e pobres, doutores e analfabetos.

Emile Durkhaim, ínclito sociólogo francês, chegou a afirmar que o suicídio, a maior agressão contra si mesmo, é uma inadequação social. É a incapacidade de inserir-se no convívio social e relacionar-se com as pessoas de modo a criar vínculos de amor e amizade. Vivemos numa sociedade doente. Na mesma proporção que cresce a população do mundo, aumenta a solidão das pessoas. Os grandes centros urbanos fervilham de pessoas que se acotovelam todos os dias em imensas aglomerações humanas, mas essas pessoas são rostos sem nome e sem identidade: uns que vão, outros que vêm e todos que passam.

A solidão não está apenas do lado de fora da família; está também dentro do lar. A televisão ocupou o lugar da conversa ao redor da mesa. A internet preencheu o espaço do diálogo cheio de intercâmbio das idéias. O telefone celular nos conecta com o outro, do outro lado da linha, mas nos afasta daqueles que estão ao nosso derredor. Vivemos no paraíso das comunicações virtuais, mas transformamos esse jardim cheio de raras belezas num deserto de relacionamentos vazios e carente de significado. Transformamos o palácio da cibernética na masmorra da solidão.

Não precisamos jogar pela janela as conquistas da ciência. Não precisamos viver paquerando nostalgicamente o passado que se foi. Mas, precisamos urgentemente, preservar os valores do passado, usar com racionalidade as conquistas do presente e estabelecer metas elevadas de comunhão para o futuro. Não podemos transformar o conforto da tecnologia em armas mortíferas contra nós mesmos. É tempo de buscarmos as primeiras coisas primeiro. É tempo de realinharmos nossas prioridades de conformidade com a prioridade de Deus. É tempo de entender que devemos adorar a Deus, amar as pessoas e usar as coisas em vez de amarmos as coisas, usarmos as pessoas e nos esquecermos de Deus. Pessoas valem mais do que coisas. Família é mais importante do que sucesso. Relacionamento sadio na família, na igreja, no trabalho e na escola é melhor do que a solidão na masmorra luxuosa da sofisticada tecnologia contemporânea.

Deus não nos criou para a solidão, pois fomos feitos à sua imagem e semelhança. Deus é Triúno e plenamente feliz em si mesmo. As três pessoas da Trindade relacionam-se em perfeita harmonia. O projeto de Deus é que vivamos em profunda comunhão com ele e uns com os outros. A solidão é uma negação dessa semelhança divina, uma conspiração contra essa vocação celestial, uma oposição radical contra esse sublime desiderato. Não somos apenas uma gota desse vasto oceano da humanidade. Não somos apenas um rosto sem nome no meio da multidão; somos alguém especial, criados de forma especial, para um propósito especial, para vivermos de forma abundante, maiúscula e superlativa a realidade bendita da comunhão íntima e profunda com Deus, com a família e com a igreja.

Serie: Falsos profetas - parte I

Kenneth Hagin - O pai do movimento Palavra da Fé.

Por Renato Vargens

Kenneth Hagin Nasceu em 20 de agosto de 1917 e faleceu em 19 de setembro de 2003. Ele é considerado o pai do Movimento Palavra de Fé, e um dos primeiros a escrever sobre as filosofias que se tornaram o fundamento do movimento neopentecostal.

Hagin escreveu 52 livros cujo conteúdo é espúrio, herético e absolutamente antagônico aos ensinamentos das Sagradas Escrituras. Infelizmente as doutrinas deste falso profeta influenciaram um grande número de pregadores norte-americanos, a começar de Kenneth Copeland, Benny Hinn, Frederick Price, John Avanzini, Robert Tilton, Marilyn Hickey, Charles Capps, Hobart Freeman, Jerry Savelle além do sul coreano, Paul (David) Yonggi Cho. No Brasil alguns líderes evangélicos também abraçaram sua teologia como RR. Soares, Robson Rodovalho, Jorge Tadeu, das Igrejas Maná (Portugal); Cássio Colombo (“tio Cássio”), do Ministério Cristo Salva, em São Paulo; o “apóstolo” Miguel Ângelo, da Igreja Evangélica Cristo Vive, além obviamente da “apóstola” Valnice Milhomens, líder do Ministério Palavra da Fé, que conheceu os ensinos da confissão positiva na África do Sul.

Este falso profeta ensinou com base em Gl. 3.13,14, que todos os crentes foram libertos da maldição da lei, que se resume em: 1) Pobreza; 2) doença e 3) morte espiritual. Fundamentado nesta premissa, Hagin afirmava que o cristão tem direito a saúde e riqueza; diante disso, doença e pobreza são maldições que precisam ser sobrepujadas. Hagin também ensinava que "todo cristão deve esperar viver uma vida plena, isenta de doenças" e viver de 70 a 80 anos, sem dor ou sofrimento, e o que ficar doente é porque não reivindicou seus direitos ou não tem fé. suficiente para ser curado.

Além disso, este profeta da mentira ensinou que Is. 53.4,5 é de valor absoluto. Segundo o profeta da confissão positiva todos fomos sarados e não existe mais doença para o crente. Para piorar a situação os seguidores de Hagin enfatizam muito que o crente deve ter carro novo, casa nova própria, as melhores roupas, e uma vida de luxo.

Utilizando a Bíblia fora de contexto, ele costumava dizer que opecado de Adão fez com que o homem perdesse a produtividade. Para ele, José era um empresário madeireiro, Jesus se rodeou de amigos e damas ricas e que dispunha de tanto dinheiro que necessitou de um tesoureiro” daí a crença "rodovaliana" de que Jesus era rico.

Hagin também pregava, que “Deus é glorificado com cura e a libertação, e não com a doença e o sofrimento.” “Não é a vontade de Deus que pessoa alguma fique doente.” ” As doenças e as enfermidades procedem de Satanás, afirmava ele. É sempre da vontade de Deus que cada crente seja curado fisicamente de qualquer doença ou enfermidade.” “Uma pessoa que busque cura deveria olhar para a Palavra de Deus e não para seus sintomas. Em outras palavras isto significa que mesmo diante do câncer, o crente deve declarar e determinar que está curado.Caro leitor, Hagin, através de seus ensinos trouxe prejuizos substanciais a fé cristã. Sem sombra de dúvidas afirmo que seus ensinamentos são espúrios e que suas doutrinas afrontam a Palavra de Deus e que mais do que nunca devemos combater suas doutrinas, pensamentos e filosofias que de forma sorrateira tem levado milhares de pessoas ao engano e apostasia.


Pense nisso!


Livro Católico Retrata Jesus Como Orixá da Compaixão

Como? É isso mesmo, Jesus é o orixá da compaixão, ele foi um homem que viveu de forma tão lindinha, que, depois de morto foi divinizado por Deus.
Veja a pérola:


Descer da cruz os pobres: cristologia da libertação. Ed. Paulinas.

"Jesús de Nazaré, Orixá da Compaixão, Elementos para uma cristologia afro-brasileira", p. 21 e seguintes, o monge beneditino da comunidade de Goiás, assessor das CEBS e do MST afirma que “se faz cada vez mais urgente e essencial o trabalho de reencontrar outras formas de crer e falar de Jesus”, propõe uma cristologia “a partir das culturas afro-brasileiras”.

“reinterpretar a fé, transmitida pelo cristianismo imposto pelos colonizadores”. A divindade de Cristo é negada: "cristologia" afro e ver Cristo apenas como um "orixá":“as comunidades negras passam a ver Jesus como alguém que viveu em tudo a existência humana e, a partir de sua morte, foi assumido por Deus e se tornou divino. É como um Orixá. É um homem que, por haver vivido de forma justa e santa, foi divinizado, como toda pessoa humana está chamada a ser divinizada.”

Fonte: PENSAR E ORAR

Cada dia mais nós vemos como as religiões estão fazendo de tudo para ter mais adeptos ou para não perdê-los. Isso está ocorrendo em todas as ramificações, não só entre os católicos. No meio evangélico a coisa está no mesmo patamar, e isso não é um andaço, é algo que veio para ficar. A necessidade de ter templos super lotados é a base, não importa os meios, ainda que para isso a mensagem seja mesclada com a mentiras, com filosofias, auto-estima... O importante é o freguês estar satisfeito e sair satisfeito. A igreja virou comércio e os membros meros fregueses.

O que a Igreja Católica está fazendo é o que mais temos visto por aí em muitas outras igrejas, infelizmente.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

“Por que sou católico?”


Tenho em mãos o livro de Felipe Aquino “Por que sou católico?” (Editora Cléofas). Pelo título da obra já da para perceber que se trata de uma temática apologética, mas como cristão que defendo o proveitoso diálogo entre as diversas tradições do cristianismo, a priori, não vejo nada de mais em um livro que tenha por objetivos explicar os porques de sua tradição, logo, não veria nenhum problema também em um livro: “Por que sou ortodoxo?”, “Por que sou anglicano?”, “Por que sou presbiteriano?”, ou outro, desde que, pautado na verdade e na caridade cristã.

Para que eu exponha o que creio ser a verdade, para que explicite a doutrina a qual eu defendo, não preciso mentir, foi o apóstolo São Paulo quem abertamente declarou: “Pois a nossa exortação não procede de engano, nem de impureza, nem se baseia em dolo” (1Ts 2,3).

Este é o problema com a obra supra citada. Há nela, ao menos, quatro tipos de erros graves, a saber: raciocínio falacioso, imprecisão exegética, imprecisão histórica e imprecisão teológica, tudo colocado de forma tal que o leigo ou o neófito entendem que se tratam de verdades absolutas. Aqui, quero deixar claro que minhas observações visam somente trazer a luz da verdade sobre inverdades presentes no livro citado. Vejamos então alguns casos destes.

1. Argumento falacioso:

a) O autor argumenta por todo o livro que Jesus Cristo fundou a Igreja Católica Romana, mas não prova historicamente ou biblicamente o fato, apenas afirma, ora isto é engodo, falar e não provar não tem qualquer valor. Jesus nunca esteve em Roma, como poderia fundar uma Igreja “romana”? Cuja sede é em Roma? A Igreja de Cristo foi fundada na Terra Santa, onde Jesus nasceu, exerceu seu ministério, morreu e ressuscitou (Mt 16,13-20), logo, a Igreja de Roma não foi fundada diretamente por Jesus.

b) Querendo desmerecer as outras tradições cristãs, principalmente o protestantismo, o autor do livro declara puerilmente: “Antes do século XVI não se falava em Confissão Luterana; antes do século XX não se falava em Assembléia de Deus, Comunidade 'Nova Vida', Igreja Universal do Reino de Deus, etc.” (p. 87). É verdade, ou pelo menos meia verdade. Usando o mesmo argumento do livro podemos afirmar, antes do século V não se falava em Igreja Católica Apostólica Romana, os pais da Igreja citavam a “Igreja Católica” (do grego: universal, isto é, espalhada por todo o mundo), não de “católica romana”, logo, o argumento do autor volta-se contra si mesmo, perdendo completamente o seu valor.

2. Imprecisão exegética:

Nas páginas 75-83 o autor cita vários textos bíblicos querendo aplicá-los aos bispos católicos de hoje, afirmando que o episcopado monárquico que temos hoje é de origem divina. Só não percebe, ou não quer perceber, que os próprios textos citado desconstroem o que ele quer edificar, a saber, que no primeiro século “bispos” e “presbíteros” eram termos sinônimos e intercambiáveis para o mesmo ministro, como claramente se vê em textos como Atos 20,17-28 e Tito 1,5-7, logo, a monarquia episcopal não é de origem divina.

3. Imprecisão histórica:

a) Na página 140 reza: “João Calvino para implantar o protestantismo, a seu modo, em Genebra, Suiça, em 15/8/1553 mandou o líder católico espanhol Miguel Servet e mais cinquenta para a fogueira”. Em uma frase, Felipe Aquino, citando Daniel Rops, consegue acumular quase meia dúzia de mentiras, pois senão vejamos, em 1553 o protestantismo já estava implantado em Genebra, não foi Calvino quem condenou Servet (Serveto) foi o Conselho da Cidade, Serveto não era católico era unitarista (negava a Santíssima Trindade e este foi o motivo de sua condenação), Serveto veio para Genebra fugindo da Inquisição católica onde havia sido igualmente condenado a morte, Miguel Serveto foi condenado a morte sozinho não haviam 50 outros com ele (http://www.mackenzie.br/7035.html ).

b) Outro absurdo histórico do livro é atribuir todos os bons feitos à Igreja Católica e os graves delitos que praticou aos “filhos da Igreja” (p. 141-142), isto é um mero jogo de palavras para confundir os incautos – a Igreja, seja ela qual for, só existe nos seus filhos e portanto erros e acertos que seu filhos fazem pela Igreja é a Igreja quem faz.

c) Mais um erro histórico, possivelmente motivado pelo preconceito do autor, está em atribuir a Lutero o cisma causado no século XVI com a Reforma (p. 142), enquanto qualquer historiador isento sabe que Lutero foi expulso (excomungado) da Igreja e não foi ele quem dela saiu – seu objetivo era apenas reformá-la (daí “Reforma”), é muito fácil, conveniente e comum o algoz atribuir a culpa a vítima para poder se justificar. d) Para não me delongar muito, vemos nas páginas 84-85 o autor dizendo que Santo Irineu (+202) é a fonte histórica da suposta sucessão dos bispos de Roma que os liga até os apóstolos, eis o grande problema, pois é historicamente sabido que “a primeria lista de bispos, do padre da igreja do século II Irineu de Lyon, segundo a qual Pedro e Paulo transferiram o minsitério dos episkopos para um certo Lino, é uma falsificação do século II” (cf. A Igreja Católica, Hans Küng, Ed. Objetiva, p. 49) e mais “A lista de Papas ou bispos de Roma do Anuário Pontifício é, do ponto de vista histórico, discutível” (cf. Os Ministério, Pe. Alberto Antoniazzi, EDIPUCRS, p.17). Assim, os próprios teólogos e sacerdotes católicos derrubam o engano que este livro quer propagar. Note-se que ao contrário de Felipe Aquino que só cita fontes que lhe sejam favoráveis, só citei fontes (católicas) que não são de minha linha teológica, portanto, não teríam nenhum interesse em defender o meu pensamento, mas que apenas expressaram a verdade dos fatos.

4. Imprecisão teológica:

O autor defende a infalibilidade dos papas e da Igreja Católica (p. 56-65), mas de cara admite que alguns deles tiveram vidas repreensíveis (p. 61). admite também a intromissão político-financeira na eleição de papas e bispos (p. 141-142), ora, se o Espírito Santo garante a integridade teológica da Igreja, teria ele também que garantir sua retidão moral, pois não há doutrina pura sem vida pura, é o próprio Deus que desqualifica um sacerdote ímpio e seus ensinos: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos” (Os 6,4). Assim sendo, é falso o argumento apresentado neste livro.

No sistema jurídico é conhecido que se uma testemunha fala nove verdades, mas comprovadamente mentiu uma única vez em seu depoimento, todo o depoimento é rejeitado como falso. Assim também nas Escrituras “qualquer um que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos” (Tg 2,10). Como vimos este livro está eivado de inverdades, portanto, é de todo desqualificado.

O que mais me estarrece é o fato de que o autor não o faz inconscientemente, ele é formado, segundo afirma, em Teologia (p. 12), portanto deveria ter o conhecimento mínimo necessário, logo, por que mentir? Preconceito? Necessidade de justificar o que se crê? Não é esta a atitude de Jesus, ele é a Verdade e só se compraz nela (Jo 14,6).Portanto, abandonemos os erros e preguemos o evangelho sim, mas sem dolo, somente com a verdade.

Rev. Sandro

+P.S. - Este artigo não é uma crítica a nenhuma denominação religiosa, mas uma análise crítica do livro citado.

Fonte: O FARISEU

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Se o Diabo pregar a verdade (Spurgeon)


Por Charles Spurgeon

Irmãos, é de suma importância na obra do ministério que o pregador seja um homem iluminado por Deus. Não se trata de que a educação deva ser desprezada; pelo contrário, não podemos esperar que o Espírito Santo, nesses dias, conceda aos homens o conhecimento das línguas, se eles podem adquiri-lo mediante um perseverante estudo. A regra divina é: Nunca produzir um milagre supérfluo. Com as faculdades e os poderes que possuímos, temos que apresentar à Deus nossos membros como instrumentos de justiça.

Então, no que concerne à educação do homem, nós cremos que Deus nos delega isso, pois se podemos fazer, não há necessidade de que realize-se nenhum milagre. Porem, ainda que o homem esteja educado de uma maneira excelente, segue sendo, nessa condição, uma massa de barro; Deus tem que soprar em suas narinas o alento de vida espiritual como pregador, pois do contrario não poderia prestar nenhum servico e sería mais certamente um peso morto para a Igreja de Deus.

O que diremos, então, desses homens que passam ao púlpito porque o sustento familiar é débil, ou porque, talvez, sendo grandíssimos inaptos, seja para o exército, seja para a advocacia, necessariamente precisam ser colocados ali onde sua manutenção pode ser obtida com mais facilidade, na igreja?

Qual deplorável é este pecado em nossos tempos: que as mãos episcopais pousem sobre os homens, declarando que são guiados ao ministério pelo Espírito Santo, quando ainda nem sequer sabem se há um Espírito Santo, no tocante a qualquer conhecimento prático de Seu poder em seus próprios corações! O dia finda, assim espero, em que os homens são mais destros para a caça à raposa do que para pescar uma alma e, em geral, Deus está levantando nesta terra um espírito de decisão enquanto a este ponto: o cristão tem que ser um homem que conhece na prática, em sua própria alma, as verdades que pretende pregar.

É verdade que Deus poderia converter almas por meio de um mal pregador. Vamos, se o diabo pregasse, não me surpreenderia que algumas almas se convertessem, se ele pregasse a verdade. É a verdade, e não o pregador. Os corvos, mesmo sendo pássaros imundos, levaram a Elias seu pão e sua carne: e os ministros imundos podem, algumas vezes, levar aos servos de Deus seu alimento espiritual; porem, apesar disso, Deus diz aos ímpios: “O que você tem a falar sobre a minhas leis?” O ministro tem que ser um homem ensinado por Deus, cujos olhos devem ter sido abertos pelo Espírito Santo. Isto, ao menos, é a regra em vigor, sem importar quantas exceções possam ser argumentadas.

trecho do sermão Sermão No.570 The First Five Disciples

Fonte: Projeto Charles Spurgeon Via: Bereianos

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