segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Woodstock: 40 anos! Motivos para comemorar?


Por Ciro Sanches Zibordi

Na revolucionária década de 1960, surgiram nos Estados Unidos os hippies, um estranho movimento composto de jovens rebeldes. As roupas rasgadas e sujas, os cabelos compridos e as gírias eram o seu cartão de visita. Eram amantes de uma vida dissoluta e usavam tóxicos. Pregavam a liberação sexual e promoviam festivais de rock.

Empresários mal intencionados, movidos por oportunismo e ganância, resolveram, à época, organizar grandes festivais de rock ao ar livre, nos quais houvesse muito prazer e liberdade total para a juventude. As jovens que não quisessem se deixar violar corriam o risco de ser tratadas como “caretas”. Além disso, as drogas eram oferecidas livremente entre os participantes.

O primeiro festival de grande porte foi realizado em Londres, Inglaterra, no Hyde Park, a 5 de julho de 1969, e teve como protagonistas os Rolling Stones. O número de participantes desse concerto, marcado por violência, consumo de drogas e prostituição juvenil, foi estimado em 250 mil.

Mas o maior festival da época foi o de New York, Estados Unidos, batizado de Woodstock Music & Art Fair, que recebeu mais de quinhentas mil pessoas, entre hippies, fãs e curiosos, e teve duração de três dias, de 15 a 18 de agosto de 1969. O ingresso custava dezoito dólares, mas a maioria do público derrubou as cercas e invadiu o vasto local, para ouvir Jimi Hendrix, The Who, Jefferson Airplane, entre outros.

Woodstock fez despertar ainda mais o sentimento de revolta que havia entre os jovens e criou problemas sérios. Após esse festival, muitos estavam verdadeiramente dispostos a ir à luta armada contra os Estados Unidos para conseguir a sua independência e a liberdade sexual. Eles queriam fundar uma nova nação! O grande incentivador desse projeto utópico foi Abbie Hoffman, que lançou o livro Woodstock Nation.

A utopia dos woodstockmaníacos os levou a transformar um terreno abandonado da Universidade de Berkerley em um parque público, com jardins, playgrounds, fontes de água e concertos de rock. Ronald Reagan, governador da Califórnia, convocou a polícia e a guarda nacional para reprimir à força a invasão. Com paus e pedras, os jovens sonhadores enfrentaram as autoridades, mas perderam a guerra. Um estudante foi morto, e o terreno transformado em um estacionamento.

Depois de Woodstock, os festivais prosseguiram. Um deles, o de Altamont, reuniu cerca de trezentas mil pessoas e foi considerado um pesadelo de drogas, sujeira, doenças e violência, deixando um saldo de quatro mortes. A cena mais dramática foi a de um jovem negro, que teria puxado um revólver perto do palco. Enquanto Mick Jagger cantava (vestido em uma malha preta com signos da Cabala e uma capa vermelha que ele dizia ser de Lúcifer), o jovem foi brutalmente esfaqueado e atingido com golpes de taco de brilhar. As cenas do assassinato foram gravadas, tornando-se um grande sucesso de bilheteria em 1970.

Muitos astros que se apresentaram em Hyde Park, Woodstock, Altamont e outros festivais tiveram mortes trágicas: Brian Jones (do Rolling Stones), afogou-se, em 1969, após embriagar-se e ingerir drogas. Alan Wilson (do Canned Heat), Janis Joplin e Jimi Hendrix morreram em 1970, vítimas de overdose. Tim Hardin, em 1980, e Bob Hite (do Canned Heat), em 1981, também morreram por uso exagerado de drogas. Felix Pappalardi (do Mountain), foi morto a tiros por sua esposa, em 1983.

Além disso, inúmeros adolescentes morreram por overdose ou assassinados durante os shows, enquanto os empresários riam à toa, contabilizando seus lucros. Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrisom, três roqueiros muito badalados à época e lembrados até hoje, foram os principais propagadores da tríade “sexo, drogas e rock and roll”. Talentosos, famosos e bem pagos, mas, ao mesmo tempo, irresponsáveis e toxicômanos, levavam seus fãs a praticarem os seus mesmos atos inconsequentes.

Depois de Woodstock e da rebelde década de 1960, o mundo mudou, e para pior. A rebeldia, pouco a pouco, foi sendo confundida com as fases da adolescência e juventude. Na década de 1970, um estilo rebelde aparentemente revestido de inocência se instalou no Brasil. E, na década de 1980, passou a influenciar líderes de jovens cristãos. Desde então, o comportamento dos jovens e adolescentes, de dentro e de fora, vêm degradando, numa busca constante, ladeira abaixo, pela “liberdade”.

Woodstock, 40 anos! Motivos para comemorar?

2 comentários:

Meire disse...

Uma resposta curta e direta: NÃO!
Rebelião não é coisa dos Filhos de Deus.

IGREJA BATISTA BERÉIA disse...

Olá Meire, graça e paz. Tudo isso que ocorreu nessa época nos Estados Unidos teve um desencadeador, a guerra no Vietnã, eles deveriam protestar contra a guerra, no entanto eles estavam se matando com as drogas. Foi um protesto inconseqüente. O seu não é o meu não também. Não há motivos para nenhuma comemoração.
Fique na Paz!
Pr Silas

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